quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A falta de mão de obra qualificada


Com o crescimento do Brasil e o desapontamento no cenário econômico externo, o país vive hoje o que os especialistas chamam de “apagão de talentos” - isso, segundo eles, é causado principalmente pelo pífio incentivo e investimento na educação de qualidade, acarretando uma má atuação de profissionais nos setores público e privado.

Para as empresas privadas, a situação é ainda pior, uma vez que a falta desses profissionais qualificados reduz a produtividade, a competitividade e acaba com projetos de expansão. Para atrair, desenvolver e manter seus quadros, diversas empresas estão investindo em estagiários e trainees, através de parcerias com instituições de ensino, investindo em universidades corporativas, aumentando salários e tornando seus regimes de trabalho mais flexíveis.

Em uma pesquisa sobre o mesmo tema, Elza Cuesta Gutierrez, mestranda da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, orientada pela professora Beatriz Maria Braga, coletou o depoimento de quase 500 executivos da capital paulista.

O trabalho apontou que a maior dificuldade está para contratar profissionais para cargos de média gerência, como são pessoas que já carregam uma boa experiência de trabalho para estar no comando de demais trabalhadores. Existe uma lacuna considerável entre o que o ensino superior oferece e o que o mercado de trabalho demanda. Transitando entre esses dois mundos, estudantes e profissionais são frequentemente frustrados pelo abismo que se apresenta entre os que desejam, o que o sistema de educação oferece e o que o mercado de trabalho demanda. Melhorar as práticas de recursos humanos nas empresas, pode ser um passo para resolver parte dos problemas externos das companhias.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

2013: o ano dos concursos públicos


A carreira no setor púbico nunca foi tão disputada como nos últimos anos. Estima-se que existam cerca de 12 milhões de brasileiros disputando uma vaga em carreiras públicas – um número recorde ao registrado há cinco anos. Para quem deseja ingressar no setor, este ano se apresenta como um ano oportunidades: mais de 120.000 vagas devem ser preenchidas, neste ano, nas esferas federal, estadual e municipal em todo o país.

"Existe, nessa geração, a redescoberta do bem público. Até alguns anos atrás, trabalhar para o governo era quase nocivo, coisa para burocratas sem aspirações profissionais. Foi preciso subverter essa lógica para atrair a mão de obra qualificada", diz Marco Antônio Carvalho Teixeira, vice-coordenador do curso de Administração Pública da FGV-EAESP. É que até meados da década de 1990, era praticamente impossível para um servidor progredir na carreira, e os salários eram, na média, 30% mais baixos do que os pagos pelas empresas privadas.

Para o professor, esse é um cenário bastante animador: "Tudo passa pelo bom funcionamento do estado. Quanto mais profissionais de alto quilate zelando pelo bem comum tivermos, mais eficiente será o nosso estado”, ressalta. No entanto, quem busca uma vaga no setor, deve-se preparar muito bem. Em média, os candidatos dedicam um ano inteiro aos estudos antes das provas de seleção.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Para onde vão os investimentos?


Na época em que a taxa básica de juros despencou para o menor nível da história, os investidores não quiseram arriscar. No ano passado, a caderneta de poupança, a forma mais tradicional de investimento entre os brasileiros, somou mais de 49 bilhões de reais, na maior captação líquida desde 1995.

As projeções de 2013 mostram que os investidores que estão pensando em aplicar os recursos a curto prazo irão perceber que valerá mais a pena deixar o dinheiro parado na caderneta de poupança do que em fundos de aplicação como o DI (que, até a queda dos juros, apresentava alta liquidez e baixo risco). "A questão não é nem a saída do fundo DI para a caderneta, mas o aumento da renda das classes D e C. O sujeito ao mesmo tempo toma crédito e coloca dinheiro na poupança", afirma William Eid, professor da FGV-EAESP.

Como os investidores tendem as seguir os mesmos passos que lhes deram algum tipo de sucesso, o professor acredita que, neste ano, a caderneta continue sendo umas das formas de aplicação monetária preferida. Com as profundas mudanças ocorridas em 2012, o investidor ainda não se deu conta dos ganhos expressivos em outras carteiras de fundos de renda variável, como as que carregam papéis de menor liquidez. "Ao contrário do que muita gente pensava, a bolsa vai ser a última a se beneficiar do fim do juro alto", diz Eid.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Carreira em análise


Reflexões sobre a carreira escolhida é um tema que está sempre em foco na vida das pessoas. Sempre é motivo para dilemas, análises e situações que, às vezes, colocam em xeque as opções feitas, como começar o ano desejando ter mais qualidade de vida, com uma agenda mais tranquila, ou optar por correr atrás daquela promoção que trará um aumento no salário, assim como mais responsabilidades e horas de trabalho.

Tomar uma decisão não é nada fácil. Uma boa alternativa é conhecer o que outros profissionais (do mesmo ramo ou não) estão fazendo com a carreira para poder traçar um novo caminho. Na hora de pensar na sua carreira, encarar seu dilema e fazer a sua escolha vale olhar a questão de forma abrangente, para além das implicações de trabalho, como sugere Luiz Carlos Cabrera, professor da FGV-EAESP.

O professor recomenda que as pessoas aproveitem o primeiro mês do ano para refletir sobre os projetos de vida e todos os papéis que desempenham na área profissional, assim como as metas a serem realizadas no novo ano, em relação não só à sua carreira, mas à vida pessoal e ao seu bem-estar físico e emocional.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Planos e metas


Como você pensa em tocar seus projetos de vida em 2013? São muitas preocupações que tomam conta da vida: estudos, trajeto profissional, metas pessoais, além de toda a questão social inerente à vida de uma pessoa. Há também o papel de cidadão na construção de uma sociedade que todos desejam melhorar, enfim, todas as dimensões que compõem um projeto de vida.

O professor da FGV-EAESP, Luiz Carlos Cabrera, escreve sobre carreiras e sintetiza uma boa maneira de pensar nos projetos de vida para o ano que está só começando: “O plano de felicidade para 2013 deve ter um único grande objetivo para cada uma dessas carreiras. Não mais que isso. Cada meta deve ser desafiadora, viável, estimulante e mensurável. Também devemos planejar a carreira profissional. Afinal, vivemos sob um modelo capitalista no qual as pessoas precisam ter para ser. Cada um de nós deve prever o quanto quer e precisa ter. Esse plano se apoia num tripé composto por ciclos fechados, evolução dos direitos decisórios e harmonização cultural. Os ciclos fechados demonstram sua competência em iniciar e terminar planos e projetos”, concluiu o professor.

É importante definir os ciclos que devem ser encerrados no ano, desde o começo. Esforços são necessários para influenciar e destacar percepções sobre a harmonia entre valores culturais, pessoais e os da empresa onde se trabalha. E, completando com as palavras de Cabrera, “ para um plano de felicidade funcionar, recomendo que ele seja escrito e salvo numa pasta 'Desafios 2013' e revisto periodicamente. Esse plano poderá ajudá-lo a ter um ano novo muito desafiador e cheio de realizações pessoais e profissionais”.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Transparência nos atos administrativos


Mostrar à sociedade todas os gastos públicos e justificar os motivos são fatores indispensáveis para a preservação de uma boa imagem que um governo deve sustentar. A Constituição Federal prevê também algumas responsabilidades para o administrador público.

Marco Aurélio Carvalho Teixeira, cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas, aponta quais são as responsabilidades: o da impessoalidade, o da moralidade, o da publicidade e o da eficiência. Em casos de despesas elevadas em final de mandato, ainda que não se configurem em ilegalidade, cabe discutir se estão sendo observados todos os demais princípios. À luz dos princípios da moralidade e da publicidade, por exemplo, não é aceitável que a administração pública municipal decida pelo pagamento de justificativas que orientaram tal decisão, segundo o professor.

Uma boa solução seria a criação de uma Controladoria Geral do Município em pólos dirigentes de uma cidade, estado ou nação. Fica mais do que claro a necessidade de investir em maior transparência e instrumentos de responsabilização.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O custo para a abertura de capital


Os maiores obstáculos que impedem que mais empresas brasileiras abram seu capital são os custos com montagem de departamento de relação com investidores (RI), elaboração de políticas de transparência na divulgação de informações, entre outros trâmites. Assim que abrem o capital, as empresas precisam arcar com custos relacionados à operação, como despesas com os bancos de investimento e advogados.

Os valores são custeados pelos recursos arrecadados dos investidores, se a oferta for primária. Isso representa entre 0,5% e 4,0% do valor da operação. No entanto, um estudo liderado por William Eid Junior, professor da FGV-EAESP, diz que os custos de manutenção das companhias abertas são relevantes. Foram enviados questionários às empresas, questionando quais seriam os custos inerentes a uma companhia aberta, como gastos com auditoria externa, publicações, manutenção da área de RI, anuidades diversas e outros. Dentre as empresas questionadas, verificou-se que a soma desses custos representou 0,19% da receita líquida dessas empresas, sendo que a área de RI representou a despesa mais relevante: 0,12%

Esse estudo mostra que o custo para manter uma empresa com o capital aberto não é tão grande quanto se pensa. Boa parte dos gastos iniciais referem-se a princípios importantes, como o aumento da transparência. O controlador deve ter consciência que precisará arcar com essas despesas – se não puder, é sinal que a empresa ainda não está preparada.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Conheça dicas para vencer dificuldades no trabalho


Desafios e pressões fazem parte do dia a dia em um ambiente corporativo competitivo. De acordo com Paulo Yazigi Sabbag, consultor e professor da FGV-EAESP, uma das alternativas para superar as adversidades é a resilência.

Esse conceito da psicologia, que na verdade veio da física, define a capacidade das pessoas em lidar com problemas, obstáculos e pressões do trabalho, sem entrar em algum tipo de surto psicológico e se adaptarem às diversas situações.
Veja algumas dicas de Sabbag para alcançar a resilência no trabalho.

Tenacidade: característica é um apego obstinado a uma ideia, a um projeto; é a persistência para alcançar uma meta. Isso é muito importante para ter a capacidade de resistir à pressão por resultados extraordinários.

Controle das temperanças: é a capacidade de lidar melhor com as emoções. Para Sabbag, a prática de meditação é uma das formas de controlar melhor as emoções. "Os brasileiros têm a mais baixa pontuação no controle emocional. É uma característica cultural, mas que pode ser trabalhada para ser mudada aos poucos", completa Sabbag.

Auto eficácia: é a autoconfiança que vem das crenças mais profundas que a pessoa tem. Para Sabbag, em casos extremos de falta dela, só com terapia isso pode ser solucionado, mas existem hábitos que podem ser estimulados no dia a dia.

Proatividade: trata-se da primeira reação diante de um obstáculo, fazendo algo a respeito. “A proatividade pode ser aprimorada quando damos um sentido a própria vida. Ter um objetivo, seja ele pequeno ou grande, é muito importante para nossa motivação diária", completa o professor.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Evolução na última década


A taxa de empreendedorismo no Brasil aumentou de 14,3%, em 2001, para 14,9% em 2012. No entanto, o mais interessante é observar o motivo que levou o empreendedor a iniciar o negócio; se foi por necessidade ou oportunidade.

Há 12 anos, a necessidade de um trabalho levou cerca de 45% dos novos empreendedores a iniciar um business. Em 2011, esse número caiu para 30%.

Isso pode ser um reflexo da economia mais aquecida e um aumento no índice de escolaridade do Brasil, que dá seus passos em direção ao nível dos países mais desenvolvidos. Os empregos que mais pedem mão-de-obra são para funções mais operacionais, como obras de acabamento, comércio varejista e lanchonetes. Mesmo com o aumento da proporção do empreendedorismo por oportunidade, a porcentagem de empregos gerados diminuiu de 2001 para 2011. Em 2001, a maioria dos empreendimentos (46%) agregava de um a cinco funcionários. Já em 2011 o percentual de empreendimentos com um a cinco funcionários caiu para 40%, e o de negócios que não geram emprego subiu de 19% para 40%. Tais índices podem refletir a complexidade da contratação de mão de obra no país, caracterizada pelos altos tributos, aponta Tales Andreassi, professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo da FGV-EAESP.

Outro ponto chama bastante a atenção na pesquisa: a participação das mulheres no mercado empreendedor. Em 2001, as mulheres representavam 38% da força empreendedora. Em 2011, elas corresponderam a quase metade das pessoas que possuem um negócio próprio: 49%. Os ganhos também cresceram: em 10 anos, o lucro líquido dos empreendedores passou de três para cinco salários mínimos. “Essa melhora é outro fator que contribuiu para o aumento das atividades por oportunidade, uma vez que os indivíduos não apresentam uma urgência financeira para empreender”, completa Andreassi.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ajuda coletiva


Você sabe o que crowdsourcing? É um termo cunhado pelo professor jornalista norte americano Jeff Howe, que significa, liretalmente, “fonte da multidão”. Ou seja, é utilizar a inteligência e conhecimento coletivos para desenvolver soluções que agradem os consumidores. Como a troca de ideias ocorrem com diversas pessoas, a possibilidade de aproximação do gosto público é ainda maior.

O crowdsourcing ocasionou um boom nas iniciativas colaborativas pela internet e atualmente, esse é um modelo de negócio muito importante. É aplicável também para a esfera comunicacional, com as diversas plataformas midiáticas, como as comunidades online e mídias sociais. Aliás, é através dessas mídias, com a comunicação direta com os consumidores, que muitas ideias para brainstormers são levantadas.

“Muitas empresas exploram o poder do pensamento coletivo por meio de iniciativas baseadas na inteligência de uma multidão para obter resultados”, diz Francisco Saraiva, professor da FGV-EAESP. Esse sentimento de união é o que move a identificação com determinadas ações e assim, criar algo benéfico e criativo – o que o mundo empresarial mais pede na atualidade.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Controle de finanças


Controlar o fluxo do caixa, as contas a pagar e receber, administrar estoques acompanhar métricas e relatórios sobre o crescimento não são tarefas fáceis para pequenas e médias empresas. No entanto, uma nova geração de serviços de controle financeiro em nuvens, isto é, 100% online, chegam para ajudar.

Algumas ferramentas estão se tornando cada vez mais requisitadas por grandes empresas. GestãoJá, Conta Azul e Tiny são programas (com versão em português) que auxiliam a gerenciar as finanças com tabelas, gráficos e anotações. O funcionamento é bastante simples, intuitivo e dispensa treinamentos.

Os criadores desse modelo de gestão são jovens empreendedores com boa formação e experiência no mundo corporativo.“Enquanto o funcionário insere sua movimentação financeira, o sistema monta automaticamente métricas como Ebtida, margem de lucro e demonstrativos de resultados”, explica Felipe Cataldi, diretor da GestãoJá e ex-aluno da FGV-EAESP.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Reorganizando a economia doméstica


Deixar as finanças pessoais em ordem é muito importante para a saúde financeira e, para isso, é necessário deixar a preguiça de lado, organizar e planejar os gastos. Dá trabalho e é cansativo, porém, quando o mês terminar, a recompensa pode ser maior do que se imagina.

Muitas vezes, alguns serviços contratados e pouco usados são os vilões de uma finança sadia, como a TV a cabo quase sem uso, uma conta corrente sem movimentação ou um plano de uma operadora móvel que não se encaixa com seu perfil de gasto. Essas despensas se tornam “invisíveis” com o tempo, pois a tendência é as encararmos como obrigatórias e como “gastos muito pequenos”. Segundo Fabio Gallo, professor de Finanças da FGV-EAESP, as menores economias são as que as pessoas menos enxergam.

O ponto aqui é colocar os gastos na ponta do lápis e ver, com firmeza, o que é supérfluo e o que é necessidade e fixo. Gallo divide o orçamento mensal em quatro itens, sendo eles: Alimentação, Básico, Contornável e Desnecessário e diz que é importante saber quanto cada gasto representa no orçamento como um todo.

O professor recomenda fazer, por exemplo, a seguinte pergunta: “Vale a pena ter mesmo todos os canais de televisão se você passa a maior parte do dia fora de casa?” A resposta pode significar uma boa quantia a ser poupada e pequenas economias podem fazer a diferença no orçamento.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Inteligência emocional valorizada


Privilegiar o racional e descartar o emocional ainda é uma constante nas corporações, por conta do que foi ensinado nas escolas. No entanto, as universidades começam a entender que o sentimento tem tanta importância quanto o pensamento.

A Harvard Business School é um grande exemplo desse novo pensar, já que alterou o layout de suas salas de aula, substituindo os auditórios por mesas para conversas em grupo. Com isso, o professor passa a ser mais um facilitador da aprendizagem do que o responsável por ensinar.

Tal tendência que começa a ser seguida faz com que a formação e a metodologia de um profissional não estejam mais em questão, e sim pressupostas.

Em texto próprio, Moisés Fry Sznifer, professor de mestrado e doutorado da FGV-EAESP, relata que “o empregador não questiona o que é sabido sobre finanças e economia ou quais as habilidades para se resolver problemas técnicos. Ele escolhe as pessoas que estão mais habilitadas a lidar com a inteligência emocional, as atitudes e o trabalho em grupo, fatores fundamentais para a qualificação de um possível líder”.

Portanto, o profissional de Administração de Empresas, para se encaixar nessa tendência, precisa buscar constantemente o desenvolvimento da capacidade de sentir, criar, evoluir e inovar, para não se tornar obsoleto em relação aos concorrentes.